sábado, 28 de janeiro de 2012

Moradores da Fazenda Velha têm que andar a pé

Amparo: pista afunda e passageiros de ônibus têm que atravessar trecho a pé

Fonte: Por Henrique Amorim, em Avoz da Serra - 25/01/2012.


Os passageiros de linhas de ônibus que ligam o Centro ao distrito de Amparo e às localidades rurais de Alto do Schuenck e Fazenda Velha têm sido obrigados, há cerca de dez dias, a fazer baldeação na altura do quilômetro 6,5 da RJ-150 (Nova Friburgo-São José do Ribeirão), próximo ao Loteamento Parada Folly, no distrito de Amparo. A pista de sentido a São José cedeu mais de um metro com as fortes chuvas do início do ano e deixou o tráfego de veículos em meia-pista, num desvio improvisado—mas desde então, por motivo de precaução, a Defesa Civil, através de laudo, vetou a circulação de ônibus com passageiros naquele trecho.

O trecho da rodovia começou a afundar ano passado e agora cedeu ainda mais: transtorno para usuários dos ônibus
Trecho da RJ-150 cede próximo ao distrito de Amparo e usuários de ônibus são obrigados a fazer baldeação na ida e na volta.
O jeito, então, ao chegar ao quilômetro 6,5, é desembarcar dos ônibus, percorrer o trecho de aproximadamente 200 metros atingido pelas recentes chuvas a pé e embarcar em outro coletivo (sem a necessidade de pagamento de nova passagem) para, enfim, seguir viagem. O mesmo ocorre nas viagens de sentido Centro. Os passageiros obviamente se revoltam com tal situação—ainda mais ao terem que dar passagem no desvio durante as travessias a caminhões pesados que ignoram o risco de passar por ali e fazer a pista afundar ainda mais. Quem utiliza o desvio de carro também corre risco, pois existem no local várias rachaduras.

A reportagem de A VOZ DA SERRA acompanhou semana passada o drama vivido pelos usuários dos ônibus de Amparo e constatou o tráfego “livre” de caminhões no trecho classificado como perigoso. No local sequer há uma placa indicativa da proibição do tráfego de veículos pesados, apenas uma com a indicação “tráfego em meia-pista”. Durante o período que a equipe esteve no local as infrações eram cometidas na presença de funcionários do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER-RJ) que se encontravam no local com um caminhão.

Procuramos o engenheiro-chefe do órgão, Marcelo Góes Telles de Brito, nos três dias seguidos à visita ao local, mas não o encontramos. A informação é de que ele estaria inspecionando outras obras em estradas estaduais na região. Na sexta-feira, 20, nossa equipe foi orientada a buscar informações sobre a RJ-150 na assessoria de comunicação do DER-RJ, na capital, mas devido ao feriado municipal do padroeiro do Rio, São Sebastião, ninguém foi encontrado.

Os moradores de Amparo denunciam que o problema no quilômetro 6,5 não é uma surpresa, mas um drama anunciado desde 2007—quando em outros temporais de verão, a rodovia cedeu levemente já apresentando fissuras no asfalto. Em 2010 a situação se agravou com novas chuvas. “Desde aquela época não fizeram uma sustentação. Só remendos na margem. Agora, a pista desceu mais ainda. Se não for feito nada, corremos o risco de não termos mais acesso nem para carros de passeio. E aí, Amparo vai ficar isolado?”, reclama uma moradora. Vale destacar que sem a RJ-150 o acesso a Amparo só pode ser feito por estradas de terra batida pela localidade de Vargem Alta, distrito de São Pedro da Serra, aumentando a viagem em mais de uma hora.

Outro usuário dos ônibus da linha Centro-Amparo, José Leônidas, prevê mais dificuldades a partir do retorno das aulas daqui a três semanas, quando o número de passageiros aumenta. “As baldeações acabam atrasando as viagens e nos dias de chuva tudo se complica. Dá pena ver idosos com bolsas de compras terem que desembarcar, andar e embarcar em outro ônibus. É um descaso do Estado”, observa ele.
Um morador do distrito disse que soube na 1ª Região de Obras e Conservação do DER-RJ em Nova Friburgo que já foi feita uma avaliação técnica no local e teria sido constatada a necessidade de uma contenção de toda a área que afundou, inclusive em propriedades particulares, mas enquanto não se consegue a liberação de todo o trâmite burocrático com licitação para contratação de uma empreiteira, o jeito seria melhorar o desvio para liberar a circulação dos ônibus. Mas, até então as obras ainda não haviam sido iniciadas.


Usuários dos ônibus de Amparo têm que percorrer parte da viagem a pé e seguir depois em outro coletivo. Afundamento da pista aumentou.



Mesmo perigosa para veículos pesados, a travessia do trecho por caminhões pode ser constatada a qualquer hora do dia. Ônibus só passam ali sem passageiros, com destino à garagem.

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