quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Motociclista fica ferido após acidente na estrada do Amparo



Acidente aconteceu no distrito de São José do Ribeirão na tarde de terça-feira.

Um jovem de 19 anos, Alzeir Botelho Carvalho, ficou ferido após colidir a sua motocicleta na traseira de um veículo Ford Fiesta enquanto trafegava pela RJ-150, rodovia que liga o distrito de Bom Jardim, São José do Ribeirão a Nova Friburgo. O acidente aconteceu por volta de 13h40min desta terça-feira, dia 24/11.

O acidente aconteceu na altura do Km 2 e Alzeir foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Municipal Raul Sertã onde permaneceu em observação com ferimentos leves. Os dois veículos trafegavam no mesmo sentido da rodovia quando aconteceu o acidente.

Por Adriano Teixeira

domingo, 8 de novembro de 2015

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Perigos na RJ-150

A RJ-150 é uma rodovia estadual que liga os municípios de Nova Friburgo  (na altura do bairro Vilage) e Bom Jardim  ( na sede do distrito de  São José do Ribeirão . Problemas não faltam na rodovia, que é a melhor alternativa à RJ-116. Essa é concedida a uma empresa que cobra pesados pedágios e que realiza um trabalho de péssima qualidade.

Gado solto. Foto: Marlon Rodrigues da Silva.  23/10/2015.
Asfaltada entre Nova Friburgo e Amparo, a rodovia apresenta muitos remendos mal feitos, ondulações e depressões. Sem acostamento em quase toda sua extensão, ainda passa espremida no bairro Chácara do Paraíso.

Antes de entrar no município de Bom Jardim, um trecho de menos de um quilômetro recebeu uma pavimentação asfáltica grosseira, com material tendo sido jogado e espalhado manualmente, sem qualquer cuidado.

Em Bom Jardim, na altura da localidade conhecida como Fazenda Velha, não há mais pavimentação alguma: a estrada é de terra batida, assim seguindo por cerca de 4,5 quilômetros.

Árvore cobre metade da pista em uma curva.
Foto : Marlon Rodrigues da Silva. 22 /10 /2015. 
Nesse trecho dois perigos são recorrentes: queda de galhos e de árvores,  e gado bovino solto na pista. Esse último problema já aconteceu pelo menos cinco vezes só  em 2015.

A partir do povoado denominado Laranjal, a RJ-150 é de novo pavimentada, nesse trecho por paralelepípedos. Sem acostamentos, assim segue até atravessar São José do Ribeirão e se entroncar com a RJ-146, esta sim em bom estado.

Perigo na estrada do Amparo: árvore caída

Com a forte ventania de ontem (22/10/2015) um galho grande e uma árvore tombaram e dois pontos da estrada RJ-150 no trecho São José do Ribeirão - Amparo. O galho foi removido, mas a árvore continua no local, permitindo a passagem de apenas um veículo por vez. Detalhe: a árvore tombou em uma curva, dificultando a visibilidade.

O incidente aconteceu entre o Roncador e o segundo acesso ao Laranjal de Cima.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Polícia Federal e Ministério Público agem nas pedreiras

Polícia Federal e MP deflagram operação contra o trabalho escravo em pedreiras

Cerca de 300 cabouqueiros trabalham na extração de pedras sem registro, água potável e equipamentos de segurança no distrito de Amparo.

Veja detalhes na excelente matéria feita pelo Jornal A Voz da Serra, de Nova Friburgo.

QUINTA-FEIRA, 22 DE OUTUBRO DE 2015
POR JORNAL A VOZ DA SERRA

Extração de granito entre Bom Jardim e Nova Friburgo. Foto: ASCOM MPT.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) deflagrou na quarta-feira, 21, em parceria com a Polícia Federal e outros órgãos, uma operação de fiscalização e repressão ao trabalho escravo em pedreiras localizadas na RJ-150, no trecho entre os distritos de Amparo, em Nova Friburgo, e São José do Ribeirão, em Bom Jardim. No local, conhecido como Roncador/Laranjal, cerca de 300 cabouqueiros (escavadores) trabalham na extração de pedras para diferentes exploradores, sem registro e em condições precárias.

Segundo o procurador do trabalho de Nova Friburgo, Francisco Carlos da Silva Araújo, responsável pelas investigações, a maior parte dos trabalhadores que atuam nas pedreiras não tem carteira assinada e, com isso, não tem direito a férias, nem recebem o 13º salário, e não têm acesso aos demais benefícios trabalhistas e previdenciários. “A operação, composta por cerca de 70 agentes de diferentes órgãos, constatou que os trabalhadores não possuíam equipamentos de segurança para proteção individual e que não é fornecida água potável, nem sanitários”, disse.

Um dos cabouqueiros ouvidos pela equipe na quarta-feira, 21, afirmou que trabalha há dez anos no local sem nenhum registro. “Nunca tirei férias nem recebi décimo terceiro”, disse sem ser identificado. Ele foi flagrado trabalhando descalço e sem camisa. Ao ser questionado sobre os equipamentos de proteção, relatou que foram fornecidos botas e capacete, mas que não utilizava. O trabalhador disse ainda que leva para o trabalho água de casa, já que não é fornecida no local de trabalho.

As equipes inspecionaram sete pontos de extração, pertencentes a diferentes exploradores. De acordo com o procurador, a rede de exploração de pedras na região é formada por arrendadores (proprietários de terras), exploradores (empregadores) e atravessadores (intermediários da venda de pedras).

Como resultado da operação, ontem, 22, doze exploradores de pontos de extração no local foram até o MPT, no Centro de Nova Friburgo, e se comprometeram a regularizar a situação dos trabalhadores. Isso significa que eles irão registrá-los, para que tenham acesso aos direitos trabalhistas, além de fornecer uniformes, equipamentos de proteção individual, água, banheiro e alojamentos. Eles farão a regularização junto ao Ministério do Trabalho e Emprego e, posteriormente, assinarão termo de ajustamento de conduta com o MPT.

Crime ambiental

A Polícia Federal também participou da operação e identificou que dos sete postos de extração visitados, seis funcionam de forma irregular, sem licença ambiental. “Nós fomos oferecer proteção para fiscais dos órgãos que estão apurando uma série de irregularidades identificadas na região. A PF também está verificando ilícitos criminais praticados pelas empresas que além de explorar os trabalhadores, exploram as pedreiras sem autorização ou não seguem as orientações dos órgãos ambientais”, explicou o delegado chefe da Polícia Federal de Macaé, Felício Laterça, responsável pela cobertura de 21 municípios do Estado do Rio de Janeiro. “Nós iremos ouvir pessoas envolvidas na atividade das pedreiras para concluir o inquérito sobre o caso”, disse.

A operação “Pedras no Caminho” apreendeu pedras que eram transportadas em dois caminhões e também contou com a participação da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) da Polícia Civil, do Ministério Público Federal (MPF), do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae).

Entenda o caso

A operação faz parte de investigação conduzida há cerca de um ano pelo MPT na localidade. A apuração revelou inicialmente que cerca de 1.200 trabalhadores eram submetidos a atividades penosas, insalubres e perigosas, visto que utilizam explosivos artesanais, sem qualquer treinamento ou uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Após a atuação do MPT, o número de cabouqueiros reduziu para cerca de 300 trabalhadores. “Verificou-se ainda que os cabouqueiros são, em sua maioria, analfabetos e aprenderam o ofício ainda crianças com seus pais e não possuem condições de iniciar o aprendizado em outra atividade, sem prejuízo de sustento de seus familiares”, explica o procurador do trabalho.

A falta de estrutura adequada deixa os trabalhadores expostos a acidentes, tanto que, desde o ano passado, pelo menos duas mortes foram registradas - uma em setembro de 2014 e outra em maio de 2015. Os acidentes levaram à abertura de inquéritos no MPT-RJ, para apuração das responsabilidades.

Os problemas verificados levaram o Ministério Público do Trabalho a emitir notificação recomendatória orientando os responsáveis pela cadeia produtiva a adoção de medidas para garantir um ambiente de trabalho seguro de forma a reduzir os riscos de acidentes. Diante das irregularidades encontradas nesta quarta-feira, 21, o MPT dará continuidade às investigações e o MTE emitirá autos de infração com aplicação de multa aos responsáveis pelos postos de extração.

sábado, 27 de junho de 2015

MTE fiscaliza pedreiras em São José do Ribeirão

Brasília, 26/06/2015 - A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro (SRTE/RJ) realizou nesta semana, uma operação em pedreiras de Nova Friburgo, no interior do estado. O objetivo da ação foi verificar as condições de trabalho, além da análise de recentes acidentes de trabalho ocorrido em São José do Ribeirão. Em oito meses, dois trabalhadores morreram nas empresas da região.


Ação verificou condições de trabalho nas pedreiras
A ação foi realizada por auditores-fiscais do trabalho da SRTE/RJ em conjunto com a equipe da Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Nova Friburgo. Durante a fiscalização, a equipe notificou as pedreiras a apresentarem documentos relacionados aos trabalhadores, o que ocorrerá no início de julho. Algumas irregularidades foram observadas durante as inspeções físicas, como empregados sem registro, ausência de controle dos horários praticados pelo trabalhador, falta de equipamento de proteção individual e ausência de instalação de sanitários, além de outros itens que serão verificados durante a fiscalização.

A operação também teve a finalidade de mapear as pedreiras existentes, fazendo o diagnóstico no setor para novas etapas da fiscalização, que poderão contar com a participação de outros órgãos.

Acidente Fatal – No mês passado, um trabalhador morreu após ser atingido por uma pedra na localidade chamada Pedra do Roncador, no distrito de São José do Ribeirão. Já em setembro do ano passado, outro trabalhador não resistiu aos ferimentos ao ser esmagado por pedras em uma pedreira vizinha. Estima-se que centenas de trabalhadores atuem em empresas ilegais na região.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Polícia Militar apreende seis máquinas caça-níquel em São José do Ribeirão

Polícia Militar vem apertando o cerco contra o jogo do bicho 
e as máquinas caça-níquel em Bom Jardim

A Polícia Militar apreendeu seis máquinas caça-níquel na tarde do último sábado, dia 20, no centro da sede do distrito de São José do Ribeirão, em Bom Jardim. Segundo informações, a jogatina funcionava diariamente ao lado de um bar, situado na praça Padre Sebastião Gastaldi.

Máquinas apreendidas no distrito de São José. (Foto: Divulgação)
Máquinas apreendidas no distrito de São José. (Foto: Divulgação)
Segundo informações, o responsável pelo caça-níquel receberia 20% do lucro para deixar as máquinas funcionando no local. Um homem foi detido nessa ocorrência e após perícia conduzido para a 158ª Delegacia de Polícia de Bom Jardim.

O município apresentou no primeiro semestre a menor taxa de criminalidade do Estado do Rio.

Fonte: 11º Batalhão de Polícia Militar

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ministério Público vai investigar morte de operário em pedreira

Homem foi soterrado por pedras após explosão na pedreira em que trabalhava no distrito de São José do Ribeirão, em Bom Jardim

DOMINGO, 24 DE MAIO DE 2015
POR JORNAL A VOZ DA SERRA


O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Nova Friburgo instaurou inquérito nesta quinta-feira, 21, para apurar o acidente que vitimou o operário Robson dos Santos, de 32 anos, em uma pedreira localizada em Roncador, no distrito de São José do Ribeirão, em Bom Jardim. Na quarta-feira, 20, o homem foi soterrado por pedras depois de uma explosão ocorrida no local. O Corpo de Bombeiros e Polícia Militar foram acionados, mas o homem não resistiu ao grave acidente e faleceu ainda no local. Essa seria a terceira morte na pedreira em menos de um ano. Em setembro de 2014, outro funcionário que trabalhava no local morreu também soterrado.

O MPT enviou notificações à 158º Delegacia de Polícia e Defesa Civil de Bom Jardim, ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ao Departamento Nacional de Produção Mineral e ao Exército Brasileiro, pedindo inspeções na pedreira onde Robson trabalhava e providências que ajudem a elucidar o caso.

“A Procuradoria Regional do Trabalho em Nova Friburgo informa ainda que existe procedimento promocional em curso, que busca a regularização das diversas pedreiras na área e, consequentemente, condições adequadas de segurança para os trabalhadores. O procedimento conta com a articulação de órgãos como o MTE, DNPM, DRM, Inea, Defesa Civil, Ministério Público Federal e os municípios de Nova Friburgo e Bom Jardim, através de suas secretarias de Promoção e Assistência Social. Há também Inquérito Civil, instaurado em 2014, para apurar a morte de trabalhador ocorrida na região, em setembro daquele ano, cuja investigação ainda está em curso”, informa a nota.

A polícia também abriu inquérito para investigar a morte de Robson. O dono da empresa que atua na extração de pedras na localidade e outras pessoas foram ouvidos pelo delegado da 158ª DP, em Bom Jardim. O laudo da perícia sai em até 30 dias.

Veja mais informações sobre o caso clicando aqui.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Torre de telefonia móvel está em construção

Há muito tempo reivindicada por moradores, a torre de telefonia móvel (celular) está sendo instalada em São José do Ribeirão.

Segundo o vereador Gabriel Garcia, "falta pouco para terminar de ser montada. Quando há união e bom entendimento as coisas acontecem". O verador agradece ao governo do Estado de Rio de Janeiro, em especial à Secretaria Estadual de Agricultura, e à Prefeitura de Bom Jardim (Secretaria de Obras), além de colaboradores em geral.

Também o vereador Valadar Cardoso fez agradecimentos: ao Christino Áureo, Secretário de Agricultura. De acordo com o vereador, a torre atenderá aproximadamente 20 km em linha reta. O vereador também destaca que "a torre esta quase montada, dando a esperança que estará em funcionamento bem mais rápido...".

Veja algumas fotos publicadas no Facebook pelos vereadores, que estão atuando em conjunto para que essa aspiração dos ribeironenses seja atendida.






segunda-feira, 20 de abril de 2015

Programação da Festa de 1º de Maio - São José do Ribeirão


Amparo e a lenda de Tiradentes


O nome do distrito tem origem na Inconfidência Mineira? Afinal, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes — celebrado no feriado de terça-feira —  passou mesmo pelo distrito de Amparo?  A historiadora Janaína Botelho esclarece.

Por Janaína Botelho, em A Voz da Serra - Domingo, 19/04/2015

Em Nova Friburgo existe a lenda de que Tiradentes teria passado pelo distrito de Amparo por ocasião da Inconfidência Mineira. Trata-se somente de uma lenda, pois Tiradentes nunca passou por Amparo. No entanto, como diz o ditado popular, “onde há fumaça, há fogo”. Essa lenda entre o vulgo tem uma razão de existir: sua origem está relacionada com um indivíduo chamado Jerônimo de Castro e Souza que teria participado da Inconfidência Mineira. A população de Amparo sempre desejou ser reconhecida como a “Amparo dos Inconfidentes”. Em 30 de novembro de 1938, no salão da escola estadual de Amparo, sob a presidência do então prefeito Dante Laginestra, diversos moradores da localidade reuniram-se para definir a justificativa do nome “Amparo” ao respectivo distrito. O depoimento mais esperado era de Eugênio Gripp, na ocasião com 78 anos de idade e residente na região desde 1860, ano em que nascera. Eugênio Gripp declarou que o nome “Amparo” já era dado à localidade desde a sua infância, e no ouvir dizer, essa denominação vinha desde a Inconfidência Mineira. Segundo ele, o sargento Jerônimo de Castro e Souza era compadre e companheiro de Tiradentes na conspiração. Jerônimo, com receio de ser preso, fugiu para Cantagalo e posteriormente obteve terras, onde hoje é Amparo, construindo uma moradia e uma olaria, na qual ainda havia vestígios. A denominação “amparo” foi dada pelo próprio Jerônimo que se julgava livre, “amparado” das perseguições contra os inconfidentes. Reza a tradição que ele disse à família: “estamos amparados” e crismou o seu novo domicílio de Amparo. Conforme Eugênio Gripp, esses fatos lhe foram narrados por Higgina de Castro Toledo, filha de José de Castro e neta de Jerônimo de Castro e Souza.

Ainda de acordo com a tradição oral, Jerônimo de Castro e Souza era oficial do exército colonial, exercendo a função de cartógrafo em Minas Gerais, ao tempo da insurreição.

Abraçara a causa dos inconfidentes e participara da trama revolucionária. Durante a devassa, como era chamado o processo na época, ficou detido na prisão da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Como não havia provas para sua condenação, foi libertado, e desde então, embrenhou-se pelo interior da província fluminense indo parar onde hoje é Amparo, nome dado por ele por ter sido o “amparo” de suas vicissitudes e perseguições.

No entanto, há quem afirme que Jerônimo foi um delator de Tiradentes, beneficiado com sesmarias pela Coroa Portuguesa em razão de sua delação. Mirtarístides de Toledo Piza, membro da Academia Fluminense de Letras, foi levantar toda essa história nos arquivos da Biblioteca Nacional. Após suas pesquisas concluiu que Jerônimo de Castro e Souza foi, na realidade, um falso inconfidente e traidor da pátria brasileira. Pesquisando os “Autos da Devassa da Inconfidência Mineira”, Piza desconstrói o herói de Amparo provando que ele foi um traidor. Segundo Piza, Jerônimo de Castro e Souza era alferes do Regimento de Cavalaria Auxiliar da Capitania do Rio de Janeiro.

De acordo com os autos, Jerônimo foi delator de Tiradentes e diante do desembargador nomeado para a devassa depôs contra o herói da inconfidência. O depoimento de Jerônimo de Castro e Souza consta nos “Autos de Devassa da Inconfidência Mineira”, na Biblioteca Nacional. Como recompensa pela delação que prestou à Coroa Portuguesa, Jerônimo de Castro e Souza foi nomeado 1° tabelião da Vila de Cantagalo, tomando posse em 8 de outubro de 1815. Porém, em razão da delação, fora sempre hostilizado pelos habitantes de Cantagalo, vindo a refugiar-se no recanto por ele mesmo denominado de “amparo”, nas cabeceiras do Ribeirão de São José. Jerônimo conseguiu que os moradores da Vila de Nova Friburgo acreditassem em sua versão de inconfidente perseguido e um de seus filhos foi vereador e outro juiz de paz, o que denota que tinham prestígio na região.

Vale destacar que Amparo fora anexado ao município de Bom Jardim no início da República. O povo de Amparo protestou veementemente! Isso não agradou em nada a população local e depois de incessantes reivindicações conseguiram reverter a situação e anexar-se, em 1911, a Nova Friburgo. Logo, Amparo foi o “Refúgio” de um traidor e não, o “Amparo” de um inconfidente. Alguém levantou essa história e o distrito de Amparo foi obrigado a trocar de nome. Em função das provas contra Jerônimo de Castro e Souza, a lei estadual de 641, de 15 de dezembro de 1938, modificou a denominação de Amparo para Refúgio. Era dessa forma que esse distrito deveria ser mencionado nos documentos oficiais.

Até meados do século 20, Amparo fora um importante distrito de Nova Friburgo. Possuíra a Sociedade Musical Recreio Amparense, de fardamento azul com botões dourados, fundada em janeiro de 1913; o Amparo Futebol Clube, fundado em 1927; o Grupo Dramático Amparense e animados carnavais no Cine-Teatro Almeida, cujo prédio ainda se mantém, testemunho de um passado glorioso. A capelinha de Nossa Senhora do Amparo foi inaugurada em 1950, erigida inclusive com o auxílio de muitos espíritas que existiam na região.

Visitando o cemitério de Amparo percebemos pelos sobrenomes das famílias que foi uma região que atraiu portugueses, colonos suíços e alemães: terra dos Alves da Costa, Frossard, Gripp, Folly, Sanglard, Schuenck, Toledo, Lugon, Monteiro, Lamblet, Mury, Hermsdorff, Heckert, Pereira, Schuabb, Bussinger, Emerick, Heckert, Schumacker, Thurler e muitas outras famílias.

No século 19, quando fazia parte da Freguesia de São José do Ribeirão, foi grande produtor de café. As terras férteis de Amparo foram escolhidas, além dos colonos europeus, pela aristocracia rural friburguense do século 19. Membros da elite como o Cel. Galiano das Neves possuía a Fazenda Cachoeira, ainda hoje de propriedade da família. Pela qualidade de suas terras plantava-se na ocasião café, milho, feijão e cana de açúcar. No passado, o acesso a Amparo era feito pelo Alto das Braunes, cuja estrada se denominava zigue-zague.

Até a década de 50 do século 20, Amparo foi o distrito-celeiro que abastecia o Rio de Janeiro e Niterói com produtos de sua lavoura, como batata inglesa, tomate, cenoura, arroz, ervilha, repolho, nabo, aipo, batata doce, feijão e mandioca. No ramo da floricultura existiam extensas plantações de cravo, rosa, margarida, palma, lírio, saudade, entre outras. Na fruticultura produzia caqui, lima, tangerina, laranja, banana, pera, uva, maçã, pêssego e ameixa. No entanto, na década de 60 do século 20, ocorre a decadência da lavoura na região.

Um dos maiores problemas era a via de acesso que ligava Amparo ao seu mercado, com estradas sem pavimentação, dificultando e encarecendo o transporte da produção.
A extinção da linha de trem em 1964 teria corroborado para sua decadência, pois os produtores rurais provavelmente faziam uso desse meio de transporte para levar os seus produtos ao Rio de Janeiro e Niterói. Na década de 70, já não se viam mais as serras onduladas, cobertas pelos verdes mantos dos cafezais.

Assim, um distrito tão próspero conviveu durante vários anos com a humilhante denominação de refúgio, para lembrar que lá viveu um traidor da inconfidência. É curioso ver nos antigos documentos oficiais de Nova Friburgo essa aprazível região ter um nome tão bizarro. Dado o prestígio econômico que gozava, o nome de Amparo foi restabelecido pela Resolução de n°220, de 6 de abril de 1953, do prefeito municipal José Eugênio Müller, no lugar de Refúgio. Igualmente, a Assembleia Legislativa do Estado, em 22 de julho de 1957, ratificou o nome de Amparo como denominação de quarto distrito de Nova Friburgo.

Amparo é um aprazível distrito que até hoje preserva um casario do tipo colonial. É por conta dessa história que em Amparo escolas e logradouros públicos levam o nome de Tiradentes. Não obstante toda essa história envolvendo um traidor da inconfidência mineira, o triângulo, símbolo dos inconfidentes, faz parte do brasão de armas do distrito de Amparo, embora esse distrito tenha sido o refúgio de um traidor e não o amparo de um inconfidente.

domingo, 29 de março de 2015

sexta-feira, 20 de março de 2015

Frei Antonio Desideri faleceu

Na noite de 17/03 frei Antonio Desideri OAD foi encontrado caído na sacristia do convento em Acqua Viva, Itália. Levado ao hospital, os médicos informaram que ele teve uma hemorragia cerebral, que estava inconsciente e que não era possível fazer uma operação. Na quinta-feira, 19 de março, veio a falecer.

O frei foi pároco em São José do Ribeirão entre os anos de 1973 e 1976, quando foi transferido para a paróquia de Ampére, no Paraná.




Frei Antônio no dia de sua saída da Paróquia São José
a caminho de Ampére, no Paraná.

Foto no mural dos párocos da Paróquia São José,
criado e organizado pelo padre Édio Joaquim
Moreira do Nascimento.

ACQUAVIVA PICENA - Quinta-feira, março 19, no dia de São José, Padre Antonio Desideri voltou para a casa do Pai, quatro dias após a celebração do 50º aniversário de sacerdócio. O frade agostiniano deixa um vácuo no coração de todos aqueles que o conheceram e que ele se lembra como um homem humilde, leve e de grande inteligência, qualidades que o levaram a ocupar cargos importantes, como você pode ver a partir da biografia.

Nascido em Monsampolo (AP) 05 de março de 1938, 27 de setembro de 1956 professou no Convento de St. Lawrence Mártir de Acquaviva, onde foi ordenado sacerdote no dia 6 de março de 1965. Ele recebeu a mesma licença ano em teologia em St. Pontifícia Universidade Gregoriana, e foi por um curto período de tempo Mestre dos aspirantes em S. Maria Istria em Marsala. A partir de 1966 ele era parte da província do Brasil, onde obteve uma licenciatura em Educação pela Universidade de Nova Friburgo. Ele serviu como secretário e professor no Ginásio empatou Agostinianos de Bom Jardim.
Ele morava em casas do Bom Jardim, Ampere e Rio de Janeiro, e nos mesmos lugares que ocupou os cargos de Prior e Pároco. Foi provincial 1988-1991 e durante vários anos, também vigário episcopal da Diocese de Nova Friburgo. No final de seu mandato como Superior Geral, de 1999 a 2005, ele retornou para a província do Brasil, onde foi pároco na paróquia de Santo Antônio, em Ourinhos (São Paulo). Ele retornou em 2011 na Itália, ele era pároco na paróquia de Santo Agostinho, em Pesaro, até 2013, e, em seguida, mudou-se de volta para o Brasil, no Rio de Janeiro.

O último ato de generosidade do Padre Antonio foi tomada algumas horas após a morte, com a doação de órgãos.

O funeral será realizado amanhã, sábado, 21 de março, às 10 horas, na Igreja de St. Lawrence Mártir -Convento dos Agostinianos Descalços de Acquaviva.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Vistas de São José do Ribeirão

Foto: Paulo Cosme Ouverney
Foto: Joilson de Souza.
Foto: Paulo Cosme Ouverney