segunda-feira, 1 de junho de 2009

Poeta ribeironense

Paulo Reis tem poesias publicadas pela Scortecci Editora (antologia Livre Pensador, lançada na XVIII Bienal Internacional do Livro de São Paulo); na coletânea 1825 Dias de Poesia; no 3º Festival Palavreiros - Dia Mundial da Poesia; no Projeto Turístico, Histórico e Geográfico, retratando o Brasil através da poesia [e-book]; no Projeto Redação 2004, da Folha Dirigida; em jornais e websites.

Nasceu em 06 de julho de 1964, no Jaracatiá, São José do Ribeirão. Terceiro filho de uma família de sete irmãos, morou parte da sua infância na roça, pois seu pai era lavrador. O restante da infância e adolescência morou em São José do Ribeirão.

Sua vida era muito difícil. Abandonou a escola na 5ª série do Ensino Fundamental para trabalhar quebrando pedras (produzindo paralelepípedos). Seus primeiros versos foram escritos entre as décadas de 1970 e 1980.

Adulto, empregou-se no transporte coletivo e em 1985 se mudou para Nova Friburgo, onde retornou aos estudos e concluiu Ensino Médio no Colégio Estadual Dr. Feliciano Costa. Nesse estabelecimento de ensino estreitou seu relacionamento com a poesia, com apoio que recebeu da professora Ana Lúcia Farias da Silva.

Em 2003 sua poesia Friburgo foi recitada na abertura do desfile cívico-militar em comemoração aos 185 anos da cidade. A Câmara Municipal concedeu-lhe, por unanimidade, Voto de Congratulações.

Cursou Letras na Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, em Nova Friburgo.

Leia a seguir os poemas que O Bonde Blog selecionou da obra do ilustre ribeironense.


Friburgo

Entre cascatas e serras
Tenho o verde e puro ar
Do Pico da Caledônia
De longe eu vejo o mar.
O poço é feio
Mas muita gente vai pra lá
A noiva está sempre bela
Sem nunca desencantar.
O cão espera sentado
A quem queira lhe visitar
Se a Suíça é brasileira
É porque aqui é melhor que lá.
A produção de horti-fruti
Leva o verde a muitas mesas
A capital da moda íntima
Toca o íntimo e traz riquezas.
O teleférico no Suspiro
Faz a gente suspirar
Com a vista panorâmica
Que encanta o olhar.
A praça Getúlio Vargas
Deslumbra por sua beleza
É o coração da cidade
Em meio à natureza.


Brasil

Brasil
Rico com os pés descalços
Rosto marcado sem maquiagem
Sorriso desdentado
Agrícola de barriga vazia
Sujo com grandes mananciais
Berço da corrupção
Hábitat da impunidade
De famílias sem teto
Da habilidade,
Que faz emergir da escuridão grandes estrelas
Da liberdade sem asas
Gigante dominado
De gente grande com pequenos ideais
De braços abertos,
Mas não acolhe com dignidade os seus filhos
Miserável com conta na Suíça
Miscigenado com preconceito
Do povo que canta, mas não tem voz
Dos analfabetos de tantas culturas
Dos poderosos sem lei
Que comemora com festas o sofrimento
Que deixa morrer o seu futuro
Que é surpreendido enquanto dorme
Que sonha acordado
Um dia vê-lo orgulhar.

Um comentário:

João Gabriel disse...

Grande poeta! Grande amigo também!